PEQUENOS POEMAS 4
( 1 )
Meu Deus como és formosa,
Não sei se palavras arranjo,
Pra te comparar à rosa,
Pra te comparar a um anjo!
No léxico não encontrei rima,
Que condiz aos meus desejos,
É esta que mais se aproxima,
É a vontade de te dar beijos…
Recusas? É normal teu rubor,
Que toda a mulher tem,
Quando ouve “coisas” d’amor,
Gosta, mas mostra desdém!
Fico entre tristeza e espanto,
Nada digo com respeito,
Se te quero tanto, tanto,
Nada de mal no meu peito!
Não te faças desentendida,
Eu te rogo qu’rida donzela,
Só quero dedicar minha vida,
Muito breve ali na capela!
Que Deus me castigue se gracejo
Espero com amor e paciência,
Vais ver todo o real desejo,
És toda minha existência!
( 2 )
Tenho no meu pé, oculta
Uma rosa d’Alexandria,
Um dia dá vida resulta,
Junto da minha Maria!
Rosas abertas de madrugada,
Muitas deixam seu perfume,
São pró meu bem, escada,
Aos seus lábios com chorume!
Mas o que não morre, fraqueja,
Não é assim, que se quer bem,
As rosas que lea deseja,
sao desfolhadas no “armazém”
Rosas e palha à mistura,
Diz a gente não se levanta,
É o grito de nossa ventura
Que ambos pintam a manta!
( 3 )
Chamam ao amor erotismo,
E ao próprio ciúme, até;
Dão ao amor um lirismo,
Que muitas vezes mais, é!
Há amor de espécies várias,
Mas quem teve a ideia de pôs?
A tantas coisa contrárias,
O mesmo com nome de amor!
Nestas andanças amorosas,
Há por vezes quentes delírios,
Por vezes o amor tem rosas
Mas as pétalas são “martírios”
Mas há mais do amor fiel
Que em contradição alagas,
No lago um frágil batel,
N’um jardim cheio de “Chagas”
Apesar de bondades e efeitos,
Poetas, invocam com primor,
Mas d’esses Amores-Perfeitos,
De perfeição são um horror!
Dizem o amor é um jardim,
Com canteiros de cravos e cravinhos,
Que crescem entre capim,
Que eivam as rosas com espinhos!
( 4 )
É preciso que não se negue,
A um amante d’aqueles tais,
Apenas aquilo que consegue,
Sim, são desenganos fatais!
Nada mais que sopro ligeiro,
Teimoso, não perde rumo,
Pode ser pertinaz, matreiro,
Mas as noites d’amor são fumo!
Diz o ditado culto, facundo,
Quem teima mata perdiz,
Apaixona-se, logo jucundo,
Deixa a caça, pra ser feliz!
O amor tem uma certa visco,
Que (a)traí o sagaz amador,
Basta um aceno com isco,
Cai um qualquer, sim senhor!
Caçar o amor é esquisito,
Quase sempre o caçador,
Pode bastante perito,
É caçado, como é de supor!
Se a mulher for bem formosa,
Das tais que têm certos jeitinhos,
O homem só pensa na rosa,
Fica cego, nem vê os espinhos!
. AMIZADE É: Um conselho é ...