O AMOR E A TIMIDEZ
Quem é que não amou, na sua adolescência
Rainhas! Princesas...do seu bairro, lá da rua,
Desejos! Dores de cabeça na mente sua
De ver a princesa à janela, tal era a urgência!
Quando teve a dita do galanteio, viu a lua
Deus! Não recusou, sorriu com tanta evidencia,
À noite no baile, foi damo por excelência,
Não podia a perder com imprudência crua!
N’uma noite passou de princesa a rainha,
Aquela valsa de Strauss foi a melhor asinha
De dizer aquilo que lhe tirava o seu sono...
Na languidez da dança, disse-lhe com receio,
---Menina, já há muito que é todo meu enleio,
No meu peito é rainha tem dourado trono!
NÃO HÁ DÙVIDA SE TE QUERO!...
== À DOLORES, meu culto que sempre exulto,==
Se te quero?!... Pergunta-o às estrelas.
Todas estrelas em coro te dirão
quantas noites, a sós, falei com elas
E lhes abri meu tristonho coração!
Se te quero?!... Oh! Tanto, como os peixes
Querem ao mar , aos rios pra viver...
Nem penses o contrário, nem te queixes,
Mais ou menos, meu bem, não pode ser!
Se te quero?!... Pergunta ao Céu distante
Quantas vezes no solo me prostrei,
Pedindo a Jesus Cristo agonizante
Que fosse realidade o que sonhei!
Se te quero?!... Tanto, tanto, claro lembro
Que nosso amor, nasceu um dia assim:
Que casamos naquele NOVE DE SETEMBRO,
Se ambos juramos, só co’a morte tem fim!
Se te quero?!... Pergunta ao próprio vento
Quantas verses teu nome conduziu.
E quantas o meu triste pensamento,
Correndo para ti, ligeiro, se viu!
Se te quero?!... Meu Deus! E há, porventura,
Em todo esse Universo afecto igual?
Um afecto tão cheio de ternura,
Tão humano, tão simples, tão leal?
Se te quero?!... Mas quem, minha adorada,
Tendo encontrado a luz dos olhos teus,
Não sentirá sua alma deslumbrada
Por uma luz que julga vir dos Céus?
Se te quero, Meus Deus! Ah! Se te quero!
Amo-te loucamente, minha flor!
És a deusa na terra a quem venero,
O meu sol, o meu anjo, o meu doce amor!
PLENA MORENA
( A certa morena que conheci...)
Se a cor morena é firmeza,
Mais firme não há ninguém:
Ela firme em aspereza
Eu firme em querer-lhe bem!
Ia, jurar, todavia,
Com fé, com toda certeza,
Que é triste a sua alegria
E alegre a minha tristeza!
Lá diz não sei qu’Escritura,
()E se o diz é, vera a fama...)
Que é sempre falsa a ventura,
Em coração que não ama!
Quem um amor não exalta,
Por muito que fale, é mudo,
Nada quer...tudo lhe falta,
Não ama... Falta-lhe tudo!
Chega, pois a fazer pena
Que, tendo assim essa cor,
Tu sejas linda morena,
Mas morena sem amor!
Morena! Por ser morena
É tanta graça que tem
Que as brancas—que pena!
Não ser morenas também!
Cor de trigo madurinho
Que o sol, afaga ao nascer,
Terão outras mais carinho,
Mais graça não podem ter!
Por um capricho maldito,
Um capricho ou não sei quê,
Não me fitas, quando a fito,
Não quer ver...quando me vê!
Nota-se bem: irradia
Da sua estranha beleza
Para os outros...alegria,
Pra mim...Sempre tristeza!
Mas esse desdém, assim,
O peito não me esfacela...
Quanto mais fugir de mi,
Mais hei-de morrer por ela
O TEMPO QUE NÃO DÁ TEMPO
O dinheiro é o oposto do tempo.
Ninguém fala a respeito,
Mas todos fazem algo a respeito.
Rebecca Johnson
Uma das grandes desvantagens de termos
Pressa é o tempo que isso nos faz perder.
Chesterton
O tempo quase nunca falta para coisas que
Verdadeiramente se quiserem.
GUIZOT
O tempo é um espelho em que os rapazes se vêm (?)
Tempo! Nunca o conseguimos pensar com rigor,
Falta sempre: Melhor, há sempre um artifício,
Não s’aproveita, culpa-se, com algum suplicio,
Quando o tempo é, o eterno tempo, medidor!
Na sua cadência, não tem qualquer malefício,
O tempo implacável dá ideia do seu valor,
Passa ligeiro, que leva tudo pró estertor
Quando acordamos, só de saudades há indício!
Então fala com seu ego: -- Ó tempo que horror,
Quase nem tempo tive pra na vida me compor,
Que mal fiz do tempo, pra estar no precipício...?
Mas o tempo é, surdo, não ouve qualquer clamor,
Temos que lidar co’o tempo, tirar d’ele beneficio,
Como seja, droga que alimenta um vício!
É O AMOR?!...
Certo, hão-de adivinhar,
De quem lhe vou escrever,
O nome? E de palpitar
E é bom pra nos agitar,
Porque já devem saber!
Seu aroma é igual ao jasmim,
Que pr’alguns tem arcanos,
Talvez algumas formas de latim,
Quem o não cheirar até ao fim,
Por vezes faz muitos danos!
Surge ledo ou em chama,
Por vezes, quente arrogante,
No palácio, choça ou “lama”,
Atrai sempre com programa,
De juras de fiel amante!
Meus amigos, isto é certo,
Nem é preciso aconselhar,
O seu nome está descoberto,
É Cupido sempre esperto,
Que ninguém o pode ocultar!
Pra todos tem lembrança
Da insonte adolescência,
Esse Deus traquina avança,
Com toda rapidez se lança,
No Céu, infenso sem prudência!
Divino, mau em sentimento,
Obra de Deus bem profundo,
À qual se deve ter tento,
Pode acabar em sofrimento,
Se a obra não tiver fundo!
E o amor surge, domina,
Tudo e todos sem saída,
É tão vasta sua doutrina,
Quem a sua função assina,
Tem amor pra sua vida!
Era AMOR, era esse termo,
Que afinal tão popular,
Por vezes é bem estafermo,
Que de febril deixa enfermo,
Quem com ele não souber lutar!
O LIRISMO DA POESIA
A poesia está na alma, como o rouxinol está nos ramos.
(Alfred de Musset
Poesia é quando uma emoção encontra seu
Pensamento e o pensamento encontra palavras.
(Robert Frost)
"A poesia é o sentimento que sobra
ao coração e sai pela mão."
(Carmen Conde)
Poetas! Aqueles que o são, devem ter jeito
De manter o clássico lirismo de mil oitocentos,
No rasto d’Alorna! Farrobo e, outros talentos,
Que nos deixaram poemas de cunho perfeito!
Cesário! Dias! Nobre! Pato...bons elementos
Que nos encheram a alma, cabeça e peito,
De tantas joias poéticas de digno preito,
E não esquecer Bocage, Camões portentos!
Não plagies, faz como sabes, isso é bom
Versejar de teu estro com romantismo tom,
És então cotado poeta, mesmo talentoso...
A poesia é, inesgotável com rimas d’encanto,
Que te pode levar a bardo, culto e santo,
Burilando o amor n’um soneto assombroso!
AS NOSSAS QUATRO ESTAÇÕES...
...Pra nós todos têm senões...
O amor é a única flor que desabrocha
sem a ajuda das estações.
Assim como há flores em todas as estações,
Também há loucuras em todas as idades...
O coração deve estar preparado para as quatro estações:
OUTONO (preparar), INVERNO (esperar),
PRIMAVERA (florescer) e VERÃO (colher)...
Somente assim se pode viver o verdadeiro AMOR.
SENHORA:
Todos passamos por essas quatro estações
PRIMAVERA, cheia de sonhos, juventude,
Fruir tudo n’adolescência, essa virtude,
Passa por cima de tudo com paixões!
Chega o VERÃO, que agita nossa chama,
O amor está no auge de sua magnitude,
Quimeras! Loucuras que são sempre talude,
Com esta ou aquela mulher que se ama!
OUTONO: Desfolham-se árvores; e os jardins,
Vão perdendo seu resplendor já bem rude...
Nossos desejos vão tendo acritude,
Vamos tentando peá-la com todos afins!
INVERNO: Meu Deus em nada há meiguice,
Chuva! Gelo, tentamos ter outra atitude,
Só nos resta, saudade, já se pensa no ataúde,
Tudo passa, desilusão, solidão é a velhice!
Estas estações são pra todos obrigatórias,
Que nunca avaliamos certos com amplitude
Tudo em nós se vai agravando amiúde,,
Isto é bem verdade, o resto são histórias!
Senhora, era bom enviar-lhe esta mentira,
Ao recheio da poesia que alude,
Todo vigor se aperta co’a falta de saúde,
Queimamos os belos sonhos n’uma pira!
Tem sorte quem no fim destas estações,
Tem um amor a seu lado que nunca mude,
Pra’doçar os dias e sair deste palude,
Senão, está frito, com tantas, tantas visões.
TRINTA E OITO ANOS DE MENTIRAS
==Um país tão pequeno, com tanto veneno! ==
Será a política coisa diversa da arte de mentir a propósito? (?)
Uma das maiores desgraças dos homens
De bem, é serem covardes. Geme, calam.se, ceiam e esquecem (?)
Nunca faleis ao publico senao para dizer
Verdades novas e úteis, com a eloquência
Do sentimento e da razão (?)
CAROS PORTUGUESES:
Desde aquele Abril digam lá cidadãos,
Qual foi o governo, capaz, sério, transparente...?
Cumpridor, co’as promessas, com esta gente,
Com devia ser, mas vimos todos foram vãos!
PIDE! CENSURA! Foram banidas, Ó excelente,
Todos nós portugueses iam ter direitos sãos,
Vida melhor! Emprego certinho, com mais grãos,
Mas foram SÓ..ARES de gentalha que mente!
Começou-se a ver buracos sobre outro buraco,
Depois de grande trapalhada veio o CAVACO,
Ora cavacos pouco têm pr’arder, pouca chama...
Era só gastar, mais gastar, sem fazer bem as contas,
Veio o Sócrates com seus homens, cabeças tontas,
Que nos meteram em Trinta e oito anos, na “lama”!
GRATIDÃO FILIAL
(Dia da Mãe d 2012)
Amamos as nossas mães quase sem o saber e só nos
Damos conta da profundidade das raízes
Desse amor no momento da derradeira separação.
Em princípio, não há nada que as mães desejem
mais para os filhos do que vê-los casados,
Mas nunca aprovam as mulheres que eles escolhem.
O amor de mãe por seu filho é diferente de qualquer
Outra coisa no mundo. Ele não obedece lei ou piedade,
Ele ousa todas as coisas e extermina sem remorso
Tudo o que ficar em seu caminho.
Mãe! Mãe! Lembro o tempo que nos teus braços,
Que terna sofrida m’embalavas com ternura,
Eu chorava! Dentes? Cólicas? A mente procura
Reconstruir teu carinho em sensíveis traços!
As ternas dificuldades dos primeiros passos,
Foram a primazia da mina heroica aventura,
Entra na vida! Andar? Oh! Insonte figura
A saltar, brincar pela casa, encher os espaços!
Ó Mão! Mãzinha Teus zelos não foram fracassos,
Apesar dos requisitos no tempo serem escassos,
O ensino foi correto, acompanhado com jeito...
N’essa linha eu segui todos meus compassos,
Hoje, Mãe com mel, dava-te os mesmos cansaços
E com agrado ornava ao teu amantíssimo peito
HEROIS DO PASSADO
O heroísmo pode salvar um povo
em circunstâncias difíceis; mas é apenas
a acumulação diária de pequenas
virtudes que determina a sua grandeza. "
(Gustave Le Bon
"A fama é para os homens como os cabelos,
cresce depois da morte, quando
já lhe é de pouca serventia."
( Albert Einstein
Quem lê toda nossa história fica pasmado,
Com homens, valentes que se cobriram de fama,
Contestável! Infante! Cabral! Egas! Gama!
Aljubarrota! Atoleiros! Sado, que deram brado!
O heroísmo d’esses homens foram ousio, chama,
Fizeram ver ao mundo além, por todo lado,
Os descobrimentos, mostraram como a Pátria se ama!
Mas os tempos mudaram a ruina é, notória,
Pelo que hoje se vê ninguém lê (leu) a história,
Com “sanha”, n’um Abril lá riram co’a ditadura...
Com alma. Prometeram melhor a vida dos povos,
Mas em poucos anos não se vê nada de novo
Que vamos ter resto historial de ruina segura!
. AMIZADE É: Um conselho é ...