A NOSSA POLITICA ACTUAL
Um passado, devastado.
A democracia surgiu quando,
Devido ao facto
De que todos são iguais em certo sentido,
Acreditou-se que todos fossem
Absolutamente iguais entre si.
(Aristóteles)
Portugal sempre teve credível e digna nota,
Sob um passado nobre, épico de respeito,
Batalhas de sucesso, como Aljubarrota;
Descobrimentos, que todo mundo prestou preito!
Portugal, desde era ancestral, mais remota,
D.Afonso! D.Dinis! Egas Moniz e, tantos a eito,
Que mostraram ao mundo como é ser patriota,
Hoje? Há trinta e tal anos nada somos de jeito!
Nosso probo nome -- é dúbio – deu cambalhota,
De conhecimento politico foi só parapeito,
Pra seus interesses…Ao povo? Só pediram VOTA…
…Todos vão ter a democracia que têm direito
Que hoje se vê, da vitória é, total derrota,
Nada resultou! Nada temos! Nome? É, suspeito!
LINGUA PORTUGUESA.
Rica! Riquíssima a melhor de todo mundo,
Apesar de ser origem do árabe, grego,
Latim e romano; quando tem bom emprego,
Como falar d’amor ou d’amizade m’inundo!
Castilho deu-lhe da Cartilha todo seu apego,
Garrett! Herculano! Camões, qual o mais facundo?
Camilo? Camilo foi de longe o mais fecundo,
E, tanto, tantos mais que frequento m’apego!
É tão vasta sinonímia d’Algarve ao Minho,
Quem não for culto perde-se no seu caminho,
Porém encanta todo prosador e trovador!
Exemplo: João de Deus! Dinis! Alorna e Espanca,
Cesário, de linguagem doce, lírica, franca,
Que todos a engrandeceram a falar de amor!
COSTA DA CAPARICA
Uma costa de Portugal que dignifica
Este lindo país de gente tão boa,
Não há igual aqui pertinho de Lisboa,
Como a linda e popular praia da Caparica!
Não é só praia, a gastronomia não atraiçoa,
Com restaurantes pra gente pobre ou rica,
Cuja hospitalidade que o turista fica
Tão satisfeito que na próxima pr’aqui voa!
Caparica é costa com poético trato,
Foi cantada pelo seu morador Bulhão Pato,
Poeta popular da Paquita ali do Monte…
Hoje Caparica é centro de veraneio,
Tão popular que agrada a todos em cheio,
Tem tudo co’a velha Lisboa ali de fronte!
A COMIDA DA DOLORES
(Pitéus que nos guindam aos céus!)
AMIGOS:
Existem coisas eternas no gosto ou sabor,
Que nos são of’recidas no correr da vida,
Assim, vou falar da Dolores e sua comida,
Há, em nome, mas igual não há não, senhor!
É a culinária caseira na forma devida,
Sopas! Carnes! Peixes, enfim, seja lá o que for,
Que notamos ali só há um segredo: AMOR,
Que tem pela gastronomia tão querida!
Todos manjares de seu estilo gastronómico,
---Posso eternar; a dizer n‘ela é astronómico,
Que nos deixa pelo beiço com seu paladar!
Que ela diz a preparação tem certo exagero,
Muita apego, amor, sim, o amor é, o tempero,
Qu’envolve normal seu segredo de cozinhar!
ENFERMEIRA COM SENTIMENTO
(DOLORES COM… Meus AMORES)
Na minha actual doença
O amor não tem que ser só loucura sexual.
É, mais, um elemento, como alimento
N’um casamento pra ser feliz, cem por cento,
Num exemplar acontecimento, que todos
Devemos dar seguimento.
DOLORES:
Pelo sagrado amor que me dedicas,
Provado agora na minha doença,
Vejo como é grata a paixão imensa
Que tentas vencer, até te sacrificas!
Teu amor em tudo fazia e, faz dif’rença,
Nunca duvidei, nem precisei de dicas,
Tu és a mulher sublime das mais ricas
Teus sentimentos são bons desde nascença!
Por ti, tudo com trato tem sete bicas
Que vertem inesgotáveis, com crença
Que tu, meu tesouro, em tudo rubricas…
Sempre, amante, com pontual avença,
Mas nesta doença com zelo explicas
Ser ENFERMEIRA que nunca se dispensa!
QUALQUER FIM DE ANO
O ano velho está perto da despedida,
Que não deixa saudades, seja pra quem for,
É mais uma página solta da nossa vida,
Que uns passaram com riso, outros amargor!
Olha-se pra trás, não é subida, é, descida
Pró inferno fatal da velhice, que nos vai pôr
Na descrença, tristeza, saudade, até f’rida
Ponto final de tudo que teve esplendor!
Anos? São o ciclo da vida que passam, sim;
A maioria n’um mar de melancolia sem fim,
Outros terminam festivos do velhinho ano..
Assim, de festa em festa, lá vêm todas contas,
Com parcelas amargas com tantas afrontas,
Que anos velhos, só nos trazem grandes danos!
A DANÇA DOS MESES
Janeiro chega, com neve, frio d’efeito,
Fev’reiro, segue-lhe os passos no mesmo cariz,
Depois vem o Março, um nadinha satisfeito,
Co’a Primavera, a prometer ser mais feliz!
Abril e Maio, são o auge d’um certo preito,
Flores, festas, jardins, cantos de colibris,
Junho e Julho, o campo ao calor sujeito,
Deixam o lavrador a dizer: -- “Vejam, o que bom fiz”…!
No mês d’Agosto, enfim férias, dias cálidos,
Setembro, festas, vindimas, momentos válidos,
De melancolia outonal que tanto seduz…!
Vem o Outubro, vem o nebuloso Novembro,
Já com dias de neve; traz o triste Dezembro,
Co’o inverno à porta é, lindo pois, traz Jesus!
O ESTADO DO POETA…2
Um poeta é um rouxinol,
que se conserva na escuridão
E canta para alegrar a sua própria solidão
Com maviosos sons:- -SHELEY
O poeta que sempre nos parece sonhador,
Com cabeça no ar, triste, risonho absorto,
São coisas só d’ele, d’um passado, já morto
Que não consegue olvidar,seu primeiro amor!
Desde esse tempo tudo lhe saiu falso, torto
Disfarça, sorri, torna-se um grande actor,
Procura na poesia algo pró seu amargor,
Desabafa em Erato, encontra seu porto!
Ninguém tente dissecar o poeta com saber,
Porque é mistério, que no meu entender,
Seus sentimentos são contradição, nebulosa…
O poeta é assim, escreve alegria em poesia,
Quando se abate n’um mar de melancolia,
É a recordar aquela desilusão, amorosa!
. AMIZADE É: Um conselho é ...