Domingo, 29 de Novembro de 2009
O CAMPO DO AMOR DE CAMPOAMOR
O amor é a ciência que todos aprendem,
Sem mestre
(Campoamor)
Eu amo as mulheres todas do mesmo modo,
Que amo todas as estrelas, todas as flores!
João de Deus
O amor julga-se eterno, dura um dia…
Isto disse CAMPOAMOR, um poeta galante,
Que nos deixou poemas, cheios de sabedoria,
Como poucos, d’esse tempo, formoso distante!
São d’ele, sublimes madrigais em poesia,
Que dedicou à mulher no seu tempo, brilhante
Que é poeta deve saber toda esta magia,
Que nos faz sonhar como amorosa descante”!
Pra Campoamor, Cupido e mulher, foi a era
Talvez coisa, vivida em lasciva atmosfera,
Então a mulher teve d’ele poemas magistrais…
Este bardo foi um campo d’amor e, não Campoamor,
Escreveu galante tanto, tanto sobre o amor,
Só se avaliam quem lê seus belos madrigais
CAMÕES PROFANADO!
Camões! Ó meu, imortal Camões, tenho pena
Hoje só vais às escolas em mero exercício,
Já ninguém te recita como vate patrício
Até já ninguém lê tua poesia tão amena!
Lições! Exames breves, creio são artificio,
Que os alunos nada sabem da tal Camena,,
Respondem:-- “Será aquela sensual morena
Que mora no quinto esquerdo lá do edifício!
Há dias, indaguei a um: --“O que pra ti Adamastor?...
---Olhe, senhor, creio que que foi um professor,
Que era bem chato com sua sabedoria?...
-- Pensei, que o LUSIADAS está na gaveta,
Porque o miúdo d’enfado fez certa careta…
…Esse velho só perguntava coisa que não sabia!
RECORDAÇÃO VENTUROSA
(À DOLORES)
No dia de ANIVERSÁRIO.
29 == XI == 2009
DOLORES. MEU BEM:
Sempre ditoso que recordo nosso casamento,
Sem aparato, porque eram fracas as finanças,
Éramos ricos d’amor, de “lata” as alianças,
Que sobre elas houve um sólido juramento!
Que foi mutuo amor em tudo sem mudanças,
Só tinham, só havia o nosso puro sentimento,
Quando isto flutua Deus dá um adiantamento,
Ajuda, abre uma porta com certas esp’ranças!
Que foi planear a vida como seria ganha,
Fomos bafejados (?) pra emigrar pr’Alemanha…
Lá fomos, receosos co’a sorte sob temores!
Foi quase lua-de-mel surpresa, mas esquisita,
Que precisou de teimosia, amor, força, inaudita,
Pois já sonhávamos erigir os DOIS AMORES!
Sexta-feira, 27 de Novembro de 2009
DILEMA
Á DOLORES
Queria fazer-te uns versos que dissessem bem
O que sinto quando de ti estou distante,
Nem que sejam poucas horas a situação tem
Um clima inusitado, deveras irritante!
Mas isto não consigo versejar, o tédio vem
Toldar de nuvens a alma e meu semblante,
Toda alegria s’evapora, não sou ninguém,
Sem ti, nada há que alegre que me levante!
Meu desejo é não ir, ficar feliz em teus braços,
Esquecer tudo, ou melhor, apagar seus traços,
Qualquer ausência é, tirar à vida prazer!
Neste querer e não querer é, pra mim um dilema,
Por isto, meu amor, te dedico este poema,
Pra que leias e me digas o que hei-de fazer!
Sábado, 21 de Novembro de 2009
SOU CRENTE …
MAS VEJO MAIS À FENTE
(1)
Com frequência vou a Fátima, claro SOU CRENTE,
Creio que há algo ou alguém que nos deu ser,
Mas vejo longe, que por ali há muita gente,
Que à custa da Santa só pense enriquecer!
Quem viu Fátima como eu vi, e, vê o presente
Os livros de Saramago têm que bem se ler…
Que, quem lê a bíblia ela diz, eloquente
Existiu tudo sob a égide de Deus, a meu ver!
Fátima é quanto a mim um filão que a igreja,
Aproveita negociar de maneira benfazeja,
Em prol de muitos que nada têm que ver co’a santa!...
Um lugar inóspito deserto, silvas e, espinhos
Como era quando “apareceu” aos Pastorinhos (???)
Dá que pensar, hoje ali a riqueza é tanta!!??
(2)
Sobre Fátima muito, mas muito se tem escrito,
Depois que Lúcia disse, que tem um segredo…
Um segredo? O que será? Será bom ou proscrito?...
Que a igreja ao clero de revelar tem medo?...
Dá que pensar?...Mas qualquer cérebro erudito,
Sabe, deduz ou melhor já deduziu bem cedo,
Que o mistério---Quem sou eu pra escrever--- é mito
Pró povo s’aliar mais a Fátima de modo ledo?...
Abafar o segredo— Se o há—é enganar o clero
É propaganda claríssima bem enganadora,
Pra manter o povo na Fé naquilo que é…”Zero”?...
Dizem pr’aí à boca cheia, que é…horripilante;
Isto está certo? Ó valha-nos Nossa Senhora,
Isto é mesmo um segredo, bem claro… mercante!
O AMOR É TUDO
O amor é a força mais subtil do mundo."
-- Mahatma Gandhi
O verdadeiro amor é exigente,
Implacável, e, ao mesmo tempo,
Infinitamente delicado."-- Anónimo
Deus deu-nos o amor como bom programa,
Pra o homem e mulher gozarem pela vida fora,
Este sempre foi, quanto a mim pra quem ama,
Pra harmonia a preservar sempre e, agora!
Mas há gente que atola o amor de caos e, lama
Que é cafarnaum, cloaca ou Buceta de Pandora,
É indigno este proceder que não corrabora,
Será pra esses este sentimento não tem chama?...
Guerra Ira! Zanga! Ciúme imperam sem desculpa,
Que se chega a ver, não se sabe quem tem culpa,
Isto não está bem, assim a sociedade não presta!
Nem os casos ensinam dentro e fora do himeneu,
Que o amor foi, talvez o melhor que Deus nos deu,
Pra que o homem e mulher d’ele fizessem festa!
Sexta-feira, 20 de Novembro de 2009
ETERNO ABRIL
A minha Dolores faz anos,
Sem enganos,
São bacanos,
Nem nos vimos que somos veteranos.
29 == XI == 2009
Quedo-me horas esquecidas,
Pensando em ti, a sonhar
Com Deus fez duas vidas,
Pra só n’uma se juntar!
Nesta cegueira que eu ando
Desde a hora em que te vi,
Embora as outras olhando
Não vejo outra senão a ti!
DOLORES:
Meu amor, hoje faz anos, que ofertar de jeito?...
Como sabes neste dia pra mim não é dilema,
Olha, meu bem, aqui tens, AMOR em poema,
É o que tenho, como há anos tenho feito!
Vejo-te jovem, odorosa como a alfazema,
Não és rosa, nem jasmim, és meu amor-perfeito,
Que ano pr’ano eu aconchego a meu peito,
Desde nosso himeneu, teus anos são o dia gema!
Pra mim é dia de poesia o galante diadema,
Pra saudar com carícias sempre a preceito,
Que Deus te dê saúde, mas saúde suprema….
Aqui no DOIS AMORES o nosso paraíso eleito,
Como tens tudo, of’reço-te o mais lindo emblema,
Este soneto é, meu amor, amor que tens direito!
(A arte faz apenas versos.
Só o coração é poeta. (A. Chérnier)
Segunda-feira, 16 de Novembro de 2009
TRISTE 31 DE DEZEMBRO.
(Morte de minha mãe)
Foi em Mil Novecentos e Setenta e Quatro,
No fim de Dezembro, digo certo, trinta e um,
Pra minha mãe o ultimo acto de teatro,
Da vida que pra ela foi um cafarnaum!
De luta! De sofrimento, que foi muito atro
Pobre mãe, pra ti a vida, não teve gozo nenhum,
Pra que teu filho egro de nada tivesse jejum
Foi horrível ter pisado tal anfiteatro!
Cujo palco teve como fundo dor, cenário
Até que o tumor acabou com teu calvário,
Sem que nada vistes da vida feliz de teu filho!
Deus assim quis, mas teria isto sido direito?...
Tu mãe, que sempre fostes um ser perfeito,
Graças à teu ensino hoje tenho bom trilho!
Domingo, 15 de Novembro de 2009
A TAÇA DO AMOR
O amor possui uma linda taça
Por todos nós bem conhecida
Uns bebem de mais, é de graça
Outros passem sede por desgraça,
Há quem sem saber da bebida faça
Veneno e prazer na sua vida!
Esta taça é feita por todos
Mas com certo diferente sabor
Porque não se vêm os engodos
Porque não se vêm os engodos
Existem sérios bebedores a rodos
E ninguém consegue ver a dor.
Existem sérios bebedores a rodos
A taça do amor tudo encerra,
Surpresas que devemos prever
Quem beber moderado nunca erra
Pode ser o melhor licor da terra
Que nos eleva ao cume da serra
Da felicidade, se souber beber?
É uma taça rara, com fartura
Com diversas bebidas ao dispor
Com diversas bebidas ao dispor
A dor faz parte da conjectura
Que uma bebedeira de ventura
Pode ser fel na taça do amor!
Ninguém beba tudo d’urna vez
O amor é uma bebida deliciosa
Devemos captar todas as mercês
E se houver alguma embriaguez:
É mantê-la com clara lucidez,
É a única bêbeda desejada ditosa!
Assim quem beber, que beba bem.
Assim quem beber, que beba bem
Contudo muita atenção também ‘
A taça incandescente do amor tem
Tragos duros, amargos que ninguém
A TUA VOZ
(À DOLORES, rainha dos meus amores)
A medida do amor é, não ter medida
(Santo agostinho)
Não sei que voz rara em mim se levanta,
Depois que te conheci no meu caminho,
Tudo mudou com outra lei, com outro alinho;
Toda se vergou à tua voz doce de santa!
Dentro de mim, essa voz ‘inda hoje canta,
Meiga, que hora a hora ouço e adivinho,
Tu és, o amor, o anjo da guarda de carinho,
Que minha vida cobre com bendita manta!
Suspensa no meu sonho, digno de tudo,
Tudo mais, ao meu redor se tornou mudo,
E, pra mim tudo se alterou quando te vi!...
Mas hoje, estranha luz em mim desponta,
Essa voz à minh’alma, bom rumo aponta,
Que me guia, n’um grito feliz pra ti!