Quarta-feira, 28 de Outubro de 2009
O ETERNO DEUS, AMOR
O ETERNO DEUS, AMOR!
O verdadeiro amor é como os fantasmas.
Todos falam nele, mas ainda ninguém o viu."
-- Fide da Roche
-- Fide da Roche
Tudo o que sabemos do amor, é que o amor é tudo que existe."
-- Emily Dickinson
-- Emily Dickinson
Todos nós vivemos devorados pela necessidade
De sermos amados
Mas temos medo da insegurança de amar." (?)
Não houve quem não amasse um dia alguém
No decorrer da sua vida com vivo vigor,
Amado ou rejeitado a sua história tem
Grande interesse pró leigo ou trovador!
O amor sempre teve atractivo que convém
Analisar à lupa este grande “impostor”,
Fica-se no Céu, ou mesmo inferno ou refém,
Neste Deus tão pequeno com tamanho “motor”
A lenda conta em Toutinegra do Moinho!
Romeu e Julieta ou Conde de Monte Cristo!
Dama das Camélias, amores em burburinho!
Tantos! Imortais, sábios! Escribas! Poetas
Tentaram fazer do amor o maior registo,
Mas só se lê sofrimento e coisas secretas!
Segunda-feira, 26 de Outubro de 2009
A LENDA DA BAIA DO SEIXAL.
A LENDA DA BAIA DO SEIXAL
Era uma vez!...Uma linda sereia,
Recolheu todos corais do remoto mar,
Que ao chegar ao Tejo…Teve a ideia
De à baia do Seixal se encostar!
As ondas vivas com espuma e areia,
Os corais espalharam-se por este lugar,
Felizes co’a a bela baia tão cheia
D’encantos que pra sempre faz sonhar!
E, foi assim…Que n’um sonho oportuno,
Os lindos corais do lendário Neptuno
Encheram de sonhos a baia do Seixal!...
‘Inda há quem veja por ali esses corais,
Os vestigios da sereia sensacionais,
Que são os únicos neste lindo Portugal
COIMBRA INESQUECÍVEL
COIMBRA INESQUECÍVEL
Coimbra! Terra linda, do Choupal ao Penedo,
Onde a saudade ficou pra sempre unida,
N’aquela noite de luar fiz a despedida,
D’um amor! Capa! Guitarra, tudo mais cedo!
Deixei aquela linda tricana tão querida,
Que n’um amor feliz romântico tão ledo,
Coimbra! Ó Coimbra deixei-te?! F oi degredo,
Vais adornar de saudade toda a minha vida!
Não há cidade com tão grato desassossego,
Que termina um dia co’a Queima das Fitas,
A dedilhar um fado nas margens do Mondego!...
Que pela vida fora, Coimbra fica eterna,
N’alma com peripécias boémias inauditas,
Entre as alegrias de taberna em taberna!
INCRIVEL, O AMOR É ISTO
INCRÍVEL, O AMOR É ISTO…
"O verdadeiro amor é como os fantasmas.
Todos falam nele, mas ainda ninguém o viu."
-- Fide da Roche
-- Fide da Roche
Tudo o que sabemos do amor,
é que o amor é tudo que existe."
-- Emily Dickinson
-- Emily Dickinson
O verdadeiro amor é, matreiro! Objectivo!
Meigo! Tímido! Agitado! Louco! Perfeito!
Traidor! Rebelde! Ousado! Sincero! Suspeito!
Persistente! Dominador! Turbulento! Vivo!
Ter ou não ter razão, ao bom e mau está sujeito…
Ardiloso! Mágico! Vagabundo! Activo!
Revela-se alegre! Descontente! Altivo!
Sedento! Pronto! Egoísta, quando eleito!
Dizer não, quando aceita tudo positivo,
Na hora H, é audaz, ávido insatisfeito!
Não se sacia com pouco, torna-se esquivo!...
Pra chegar ao que quer, tem “manhoso”seu jeito,
Quantas vezes é, até, travesso, impulsivo,
O amor é isto, e muito mais, seu fim é o leito!
AQUELE AMOR NO MECO
AQUELE AMOR NO MECO
Se ainda existir amor, imploro sincero
Que recorde agora a amorosa epopeia,
Que em Agosto passamos nas dunas d’areia,
Que juramos ambos: “Amor eu te quero”!...
Não foi não, acto sensual, igual, potreia,
Foi mais, muito mais, o juramento que considero,
Um acto importante, por isso não é, zero
Hoje o que queres quebrar como acção feia!
Dizes que já existe amor? Claro que existe,
Um amor como o nosso puro, a tudo subsiste,
Não é um quiproquó que apaga esta chama!...
Que acendeu tantas vezes nas dunas do MECO,
Se o amor existiu lá assim, não está seco,
Vamos, meu amor, fazer d’aquela areia cama!
Sábado, 24 de Outubro de 2009
A BICA E O FARINHA
A BICA E O FARINHA
Hoje há festa na Bica,
Dia e noite à luz da lua,
Em casa ninguém fica,
Todo bairro vem pra rua!
Todas ruas são enfeitadas,
D’aracos, balões e manjericos,
Há craveiros nas sacadas,
Que atraem os namoricos!
Há no beco bailarico,
Com musica ruidosa,
É o momento que o Chico,
Abraça com amor a rosa!
Mais abaixo à esquina,
Um cheiro que s’adivinha,
É a sardinha que domina,
Aquele bom povo alfacinha!
Jorra o vinho com alegria,
Mais abaixo, mais acima,
Até mesmo ti’ Maria,
Àquela dança s’aproxima!
Mas o fado é influente,
Que o povo ali acarinha,
Faz gala estar presente
O miúdo da Bica o Farinha!
Ouve-se a Canção de Lisboa,
Seguida do Destino Marcado,
Aqui todo bairro entoa,
Deus Queira…seja louvado!
Belos Tempos…Ouve-se bem
Como Mensagem na vielas,
Meu Deus, não há ninguém
Que não venha às janelas!
A melodia se acentua,
Co’a Menina do Rés-do-chão,
E O miúdo da minha rua,
São o Farinha sempre gingão!
Ninguém esquece seu “miúdo”
Nem seus fados imortais,
Ele está presente em tudo,
Sempre, que olvidar, jamais!
Nas vielas estreitinhas,
Ouve-se a Lisboa Antiga
Ou Amália a Mariquinhas,
Ou da Graça outra cantiga!
A Bica mantém a tradição,
Fado! Sardinha e, bom vinho,
Quando festejam o seu S. João,
É um autêntico burburinho,
Mas há a noite especial,
D’alegria e, pandemónio,
Na Bica o popular arraial,
Não noite de S. António!
Sua marcha é a maior,
De todas marchas de Lisboa,
Todo bairro em redor,
Rivaliza co’a Madragoa!
P.S.
As frases sublinhadas são fados
De Fernando farinha
Quinta-feira, 22 de Outubro de 2009
MEU ESTADO ACTUAL
MEU ESTADO ACTUAL.
O velho é um homem que já comeu
E que está vendo como os outros comem(
(Balzac)
Em mim há outra vida que m’apavora
Dif’rente d’aquela que toda gente desfruta,
Porque vejo, como era e, como sou agora,
Sem a Dolores já tinha perdido a luta!
A situação é grave, sinto a alma chora,
Há momentos que preciso de força bruta,
Pra vencer a melancolia que em mim mora,
Quando a vida é bela, eu penso na cicuta!
Estou velho! Vejo um grande amor à volta,
O Dois Amores rebenta há anos de ventura,
O amor anda pela casa e jardim à solta!...
…Que ‘inda desola, sei, sinto a vida insegura,
Que isso tenho, dentro de mim esta revolta,
Deixar, amor, casa por vermes na sepultura!
A REALIDADE DA VIDA
A REALIDADE DA VIDA
É verdade o trabalho já acabou pra mim
Com pena; há muito sim, está posto de lado;
Prá aventuras já não me sinto, não tentado;
Pró amor já não vou longe co’o certo festim!
Não tenho ilusões co’o meu adínamo estado,
Na vida— todos sabemos— tudo tem um fim,
Se há pessoas que gozaram bem este jardim
Eu fui um homem em tudo bem contemplado!
Agora há que encarar a situação, assim:
Com humor, ver a comida com certo cuidado,
Qualquer exagero causa na saude motim….
Com consequências de muito desagrado,
Porque a velhice não é mal, nem coisa ruim,
A mocidade foi-se e, não estou preparado!
O FADO E TEUS OLHOS
O FADO E TEUS OLHOS.
Esta noite fui ao fado,
Quem havia de lá encontrar,
O teu olhar encantado,
Que me obrigou a ficar1
Esta noite fui ao fado,
Pra ouvir Amália e Farinha,
Mas só havia com agrado,
Há-des ser minha, só minha!
Foi n’Adega Machado,
Actuava o eterno Farinha,
“É pá, canta lá o fado”…
Co’a casa cheia à pinha!
Cantaram os “olhos Castanhos”…
Minha canção preferida,
Olhos como os teus tamanhos,
Encantos da minha vida1
Com publico ali aoas montes,
Amália actuava também,
“Teus olhos são duas fontes”…
D’amor como teu também!
Amália bisou co’o sucesso,
“Teus lindos olhos pretos…”
Como os teus; tanto te peço
Sejam pra mim amuletos!
Mas foi mesmo o fado,
Ver os teus olhos tão bonitos,
Que aquele brilho sa…fado,
Deixou meu coração aos gritos!
Foi noite bem passada,
Com surpresas aos molhos,
Hoje não vejo mais nada,
Se não a luz de teus olhos!
Quarta-feira, 21 de Outubro de 2009
EU E O TEMPO PERDIDO
EU E O TEMPO PERDIDO
Dizem sempre que o tempo muda as coisas,
mas na realidade somos nós próprios quem tem de as mudar.
(Andy Warthol)
(Andy Warthol)
Se eu soubesse que ia durar tanto tempo,
tinha tido mais cuidado comigo.
(George Burns, actor de comédia)
(George Burns, actor de comédia)
Não foi o tempo, eu sei, não poupei direito,
Na mocidade, quando tinha tudo ao dispor,
A boémia teve primeiro lugar, sim senhor,
A vida, o tempo nunca tiveram certo preito!
Que foi o tempo que perdi o tempo co’o amor,
Que quase me matou, a tudo que fiquei sujeito,
Que não fiz contas ao tempo nem a seu efeito,
Quando acordei co’o tempo estava no sol-pôr!
Pra que lutar contra a maré do tempo herói,
Se as temporais da vida tudo em nós dói,
Agora vi as consequências do tempo a lei!...
Aquele airoso tempo que desfrutei doce,
Que se desperdicei, vi e que me trouxe,
Invernos, desordens saudades, eu sei, eu sei!
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